O Diário de Anne Frank

Mundialmente conhecido, “O Diário de Anne Frank” além de ter importância histórica, é extremamente marcante. Afinal, conhecer a experiência vivida ao longo de 2 anos por essas famílias num esconderijo cheios de limitações e medos, por si só já é intrigante. Mas, saber dessa história através do olhar de uma menina entre seus 13 e 15 anos, com palavras cheias de verdade, emoção, sonhos e inseguranças deixa sensibilizada qualquer pessoa com o mínimo de empatia. Além dos posts anteriores, onde escrevi sobre o Museu Casa de Anne Frank e sobre o Anexo Secreto, finalizarei esse tema com um pouco mais de informações sobre o Diário de Anne Frank.

O diário de Anne Frank, foto em preto e branco de Anne, sorrindo.
Anne Frank

Quando Anne Frank começou a escrever seu diário

Em seu aniversário de 13 anos, mais precisamente em 12 de junho de 1942 (Um mês antes de se esconderem no Anexo), Anne ganhou de presente um caderno com capa de pano xadrez e decidiu usá-lo como diário. Chegou a escrever sobre o desejo de que este diário fosse “alguém” em quem pudesse confiar, por isso o chamou de Kitty, que passou a ser tratada como sua melhor amiga. Após a “apresentação” de Kitty, Anne fez um resumo de sua vida até aquele momento e passou a relatar suas vivencias, bem como as dificuldades enfrentadas pelos judeus naquele momento. 

Ao passaram a viver no Anexo Secreto, Anne escrevia em seu diário sobre a rotina no esconderijo e sobre as várias regras que tinham que seguir para não chamar a atenção dos funcionários da empresa que não faziam ideia da existência daquele local. Também relatava como se sentia morando com aquelas pessoas, escrevia sobre seus sentimentos, suas descobertas, angústias e dúvidas.

O Diário de Anne Frank. Anne e sua irmã Margot olhando para o lado.
Anne e sua irmã, Margot

Contou como se sentia apaixonada por Peter com quem teve seu primeiro beijo no segundo ano vivendo no Anexo. Mas, ela também falava sobre a situação da Guerra que ouviam pelo rádio (o que também era proibido aos judeus), fazia planos para o futuro e escrevia sobre o sonho de ser escritora. Inclusive, ela chegou a escrever contos e em maio de 1944, após ouvir pela radio o pedido do Ministro da Educação holandês, que estava exilado na Inglaterra, para que as pessoas guardassem documentos e diários sobre a guerra, ela começou a reescrever seu diário com o intuito de que ele fosse publicado após a Guerra. Infelizmente, não teve tempo de concluir essa tarefa.

Foto de fevereiro de 1941 quando 427 homens judeus foram levados ao Campo de Concentração de Mauthausen.

Afinal, quem era Kitty?

Segundo as informações disponíveis no Museu Casa de Anne Frank, Anne se inspirou em personagens de uma série de livros que ela lia sobre as aventuras de um grupo de amigos. Ela também chegou a escrever algumas cartas direcionadas aos outros personagens desse livro, porém, como Kitty Francken era seu personagem favorito da série, optou por escrever seu diário como se fossem cartas para a amiga Kitty. Ideia que provavelmente teve a partir dessa série, pois alguns desses livros eram escritos em forma de carta.

Essa série era popular entre as meninas da época de Anne, composta por 5 volumes. A autora dos livros é a escritora holandesa Cissy van Marxveld (pseudônimo de Setske de Hann) e a série se chama Joop ter Heul.

Quantos diários Anne escreveu

Ao contrário do que muita gente pensa, a história publicada não foi tirada somente do diário de capa xadrez. Ao terminar de escrever nesse diário, Anne passou a escrever em cadernos e em folhas soltas que ganhava de sua irmã e de Beep durante o período no Anexo Secreto. O último escrito de Anne tem a data de 1º de agosto de 1944, 3 dias antes de serem descobertos.

Livros, filmes e memoriais sobre Anne Frank

Desde que O Diário de Anne Frank foi publicado pela primeira vez, também por ter sido traduzido para mais de 70 idiomas e ter vendido mais de 35 milhões de exemplares, foram produzidas muitas adaptações da história de Anne Frank.  Há vários filmes, documentários, revistas, peças de teatro e outras produções disponíveis sobre essa história. Além disso, Anne se tornou um símbolo do Holocausto e há vários memoriais pós-guerra que mencionam sua história. Eu não vi a maioria desses filmes e, infelizmente, ainda não visitei todos esses memoriais, então vou falar somente dos que li, assisti e visitei.

A Culpa é das Estrelas

Tempos depois de ter lido O Diário de Anne Frank, assisti ao filme “A culpa é das estrelas”. Me lembro de quando fui ao cinema com duas amigas para vermos esse filme e, além da história que é emocionante, eu fiquei impressionada com a cena dos personagens principais visitante a Casa de Anne Frank e a vontade de conhecer esse local aumentou, mas isso ainda era um sonho distante.

O filme é baseado no livro de John Green, mas já ressalto que na realidade não há mais móveis no Museu Casa de Anne Frank, como nas cenas mostradas. Ali foi tudo feito especialmente para as filmagens.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/w/index.php?curid=4411710

Memorial do Holocausto

Em agosto de 2021 visitei o Centro Memorial do Holocausto em Budapeste, na Hungria, onde também há menções à Anne Frank. Inclusive, me chamou atenção que no pátio externo onde há o mural com inúmeros nomes de judeus assassinados pelos nazistas, havia um porta-retrato com a foto de Anne, junto às pedrinhas que são deixadas pelos descendentes das vítimas e por visitantes, uma singela homenagem. 

Foto que tirei do porta-retrato com a fotografia de Anne Frank colocada no Centro Memorial do Holocausto em Budapeste

Anne Frank, Minha Melhor Amiga

No início de 2022 assisti ao filme “Anne Frank, Minha Melhor Amiga”, na Netflix nesse caso a história é contada sob o ponto de vista de Hannah Goslar, amiga de Anne que sobreviveu ao Holocausto. De novidade sobre o tema, o filme mostra o encontro de Hannah e Anne no campo de concentração em Bergen-Belsen, uma cena bem triste e emocionante.

Anne Frank, Minha Melhor Amiga

Anne Frank – Vidas Paralelas

Tem também um documentário de 2019 disponível na Netflix no qual a atriz Helen Mirren conta a história de Anne baseada em seu diário, mas fazendo vários paralelismos com a geração atual. Além disso, o documentário traz relatos de outras judias que, na mesma idade de Anne também foram presas, porém sobreviveram aos horrores do holocausto em campos de concentração e nos guetos. Outro fato interessante é que mostram os lugares por onde Anne foi levada após ser retirada do esconderijo.

#AnneFrank – Vidas Paralelas

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